31 outubro 2019

Halloween ou Pão por Deus?

CELEBRAR OU IMPORTAR TRADIÇÕES?


Independentemente de questões de negócio e de religião, para mim, o que conta ė a tradição: a do "pão por Deus" ė nossa; a do Halloween, não.

Faz-me alguma confusão ver que atė as escolas "embarcaram" na promoção de uma tradição anglo-saxónica, legitimando-a e enfatizando-a perante jovens já assediados e conquistados pelos media e pelo marketing.

É verdade que é importante conhecer e respeitar a diversidade cultural.

Também é verdade que é mais fácil motivar os miúdos para o que, a priori, já os atrai, do que envolvê-los em práticas desvalorizadas pela sociedade aCtual, que desconhecem e que não vêem divulgadas nem promovidas em lado nenhum.

Mas não é (também) para isso que a escola deveria servir?

Cidadania e Desenvolvimento... Pois...

06 outubro 2019

As Desculpas da Abstenção Eleitoral

ABSTENÇÃO
OS CULPADOS DE SEMPRE


Sobe a abstenção, e vem a conversa de sempre.
Partidos e partidinhos, partidotes e partidecos, todos fizeram tudo para chegar aos eleitores. Até o PANgarés já aprendeu.

No fundo, que lhes importa a abstenção, se a proporcionalidade se aplica do mesmo modo?

Continuo a defender: O número de deputados devia ser proporcional ao número de votantes.

Só votaram 50% dos eleitores? Então só se elegem 50% dos deputados: 115, e não 230.

Estou convicta de que muito mudaria na forma de fazer política e na qualidade dos políticos.

Quanto à obrigatoriedade de votar, só não a defendo porque acho que não muda nadinha na prática política de ninguém.

Geringonçar, é preciso!

GERINGONÇAR OU NÃO,
EIS A QUESTÃO


Em noite eleitoral, Ana Gomes, militante socialista, antes das 20h, na SIC, a desejar exactamente o mesmo que eu: Vitória do PS, sem maioria absoluta, e continuação da Geringonça.

Nunca compreendi que os comunistas preferissem que o PS perdesse para o PSD, e que os socialistas se aliassem ao PSD, e não ao PCP. Ou que, localmente, PCP ou PS se aliassem ao PSD.

PS e PCP deveriam ter, há muito, enterrado ódios e rancores que a ambos cegaram.

Visão lírica, simplista, redutora, ignorante, pateta, dir-me-ão.

Visão de uma mulher de esquerda, sempre, do lado de políticas, de projectos, e não das bandeiras partidárias, algures no justo lugar onde a liberdade de pensamento me coloca, e nada arrependida de nada do que politicamente fui e fiz, e/ou sou.

E não me digam que Maria de Loudes Pintasilgo não era a pessoa certa na Presidência da República , ou que Jorge Sampaio não foi o melhor presidente que este país teve. Coisas que o PCP nunca percebeu. Nem o PS.

E tudo isto me move, na minha convicta condição de independente, e me coloca algures, tanto contra o acordo ortográfico como contra absolutismos e cegueiras ideológicas, contra incompetentes promovidos a candidatos, a ministros, a secretários de estado, a vereadores, a presidentes de câmara ou de junta, só porque sim, porque são do "nosso" partido (comunista ou socialista ou social-democrata).

Depois queixam-se que proliferam partidos à esquerda!...

Entendam-se, bolas!
Geringoncem, caramba, geringoncem!

(Texto redigido antes do discurso do Primeiro Ministro, António Costa, em noite eleitoral, e sem ter podido ouvir o que já terá dito Jerónimo de Sousa)