GERINGONÇAR OU NÃO,
EIS A QUESTÃO
Em noite eleitoral, Ana Gomes, militante socialista, antes das 20h, na SIC, a desejar exactamente o mesmo que eu: Vitória do PS, sem maioria absoluta, e continuação da Geringonça.Nunca compreendi que os comunistas preferissem que o PS perdesse para o PSD, e que os socialistas se aliassem ao PSD, e não ao PCP. Ou que, localmente, PCP ou PS se aliassem ao PSD.
PS e PCP deveriam ter, há muito, enterrado ódios e rancores que a ambos cegaram.
Visão lírica, simplista, redutora, ignorante, pateta, dir-me-ão.
Visão de uma mulher de esquerda, sempre, do lado de políticas, de projectos, e não das bandeiras partidárias, algures no justo lugar onde a liberdade de pensamento me coloca, e nada arrependida de nada do que politicamente fui e fiz, e/ou sou.
E não me digam que Maria de Loudes Pintasilgo não era a pessoa certa na Presidência da República , ou que Jorge Sampaio não foi o melhor presidente que este país teve. Coisas que o PCP nunca percebeu. Nem o PS.
E tudo isto me move, na minha convicta condição de independente, e me coloca algures, tanto contra o acordo ortográfico como contra absolutismos e cegueiras ideológicas, contra incompetentes promovidos a candidatos, a ministros, a secretários de estado, a vereadores, a presidentes de câmara ou de junta, só porque sim, porque são do "nosso" partido (comunista ou socialista ou social-democrata).
Depois queixam-se que proliferam partidos à esquerda!...
Entendam-se, bolas!
Geringoncem, caramba, geringoncem!
(Texto redigido antes do discurso do Primeiro Ministro, António Costa, em noite eleitoral, e sem ter podido ouvir o que já terá dito Jerónimo de Sousa)