18 maio 2006

Protocolo de Estado

 A Igreja vai deixar de ter lugar no Protocolo de Estado.


Era uma das marcas de Salazar na nossa democracia, que a Constituição anulou, mas que os políticos nunca tiveram coragem de apagar.

Se o Estado é laico, as confissões religiosas, tendo todo o direito de existir, não podem nem devem confundir-se com ele.

Aqui del Papa, que lá se vai um direito! - reclamam alguns.
O Cardeal Cerejeira também não gostaria.
A República agradece.

Eu acho muito bem.

13 maio 2006

Urgências e Prioridades

 Para o Reitor de Fátima, a castidade é uma urgência e nenhum problema da actualidade (nenhum, mesmo) é mais importante.

Quanto a mim, prefiro seguir a Organização Mundial de Saúde:
o preservativo é uma urgência!

11 maio 2006

O Campeonato das Refinarias

No espaço de uma semana, Sines viu aparecer e desaparecer duas refinarias, o que se compreende facilmente, porque refinaria é obra pequenina, fácil de construir e de destruir, como um Lego.

Três dúvidas:

- O empresário já tinha desistido antes de o Governo lhe “exigir” que reformulasse o projecto, não tinha?

- O Governo já sabia das pretensões da Galp antes de “despachar” o empresário, não sabia?

- E nós, no país e no Litoral Alentejano, ficamos a perder ou a ganhar?

Era bom que não nos atirassem tanta areia para os olhos; estamos habituados à Praia do Norte, em dias de muito vento.

10 maio 2006

Golfinhos e Assobios

 Os golfinhos roazes, como os do Sado, também têm nome. Para se distinguirem e chamarem uns aos outros, usam assobios.

Sinto-me muito mais acompanhada.
http://www.dn.sapo.pt

05 maio 2006

Probabiliodades e Dilemas - I

 A Nova Refinaria de Sines

Se a refinaria não vier:

- o ambiente agradece e a Quercus fica contente;
- perde-se uma oportunidade de desenvolvimento numa região - e num país! - onde não abundam as ofertas de emprego.

Se a refinaria vier:

- criará 800 postos de trabalho directos e 1600 indirectos;
- dará emprego a 2500 pessoas, na fase de construção;
- emitirá 2,5 milhões de toneladas de CO2:
- o ambiente piorará, e a Quercus nunca mais se calará (ou talvez sim...)

A questão é muito simples:
- respirar mal, mas ter um emprego que garanta dinheiro para tratar as alergias
ou
- andar de narizinho ao vento, saboreando ar menos impuro (puro, já não há!), mas sem um cêntimo para saborear mais nada.

Que se escolha a que se achar melhor! Mas que se escolha, bolas!!!

04 maio 2006

Amos Oz - A Poção da Paz

 "O sofrimento é uma ilha de certeza num oceano de incerteza"


"A paz, como a vida, não é uma explosão de amor, nem de comunhão mística entre inimigos, mas precisamente um compromisso justo e razoável entre contrários".
(Amos Oz)


Faz hoje anos este israelita, escritor premiado e pacifista respeitado, que defende uma solução de compromisso ("doloroso") para o conflito israelo-palestiniano.
Oz não é feiticeiro, e a solução dele não é mágica! O que é preciso é respeito, respeito mútuo! Ao fim de tantos mortos, não há cordeirinhos em lado nenhum, e os telhados de vidro são mais que muitos.
Todos os radicalismos são abomináveis , mas os religiosos (ou em nome de religiões) são mais abomináveis do que os outros. A religião deveria ser a mãe de todos os consensos, e não o pretexto para todas as guerras.