31 agosto 2006

Recado Acelerado

 Vim só dizer que continuo de férias.


Fiz greve aos jornais, o que me deixou na santa paz da ignorância.

A alergia à televisão, que já se vinha a manifestar há algum tempo, atingiu agora o seu ponto alto, e consegui esquecer que ela existe: fiquei sem noticiários de duas horas nem morangos podres à refeição nem coisas indigestas à sobremesa nem serões de ficção pateta.
Imagine-se só o prejuízo que tenho tido!

Não via o meu computador há oito dias, e nem saudades!

Sem sair de Portugal, atraquei numa ilha onde nem sequer há um bar de praia digno desse nome (fica numa cova, entre dunas, sem vista para o mar!...).

Fui muito picada pelos mosquitos, mas estou feliz.

Se não se importam, vou continuar de férias!

Este blogue continua a regressar à 4ª ou à 5ª!

17 agosto 2006

Poupança ou Falta de Ambição?

 Na sessão de Câmara de hoje, o Presidente declarou que o município de Cerromaior nunca realizará uma iniciativa como o Festival de Músicas do Mundo, de Sines, ou a Feira de Grândola, porque isso implica custos elevados para a autarquia.


Quem ouvir este Presidente há-de pensar que os eventos dos outros municípios dão prejuízo,
e que as autarquias vizinhas são umas irresponsáveis desperdiçadoras dos dinheiros públicos.
O Presidente da Câmara esquece-se é que os colegas "deram ao litro" e procuraram parcerias e financiamentos, para reduzir despesas... Ele até sabe que é assim, e também é capaz de calcular o muito trabalho, a ousadia e a vontade e o empenho e a persistência que são necessários para pôr de pé e consolidar este tipo de iniciativas.

Pelos vistos, não conta a projecção que os eventos referidos trazem. Nem as dinâmicas que criam. Nem o número de visitantes que atraem. Nem o prestígio daí resultante.

Com uma gestão assim, como há-de Santiago do Cacém passar da cepa torta?...

16 agosto 2006

Festas do Município/2006 - Santiago do Cacém

 Em Cerromaior, acontece cada uma!


1. A 20 de Julho, o executivo apresentou em sessão de Câmara a estimativa de custos das Festas do Município:
a) Espectáculo com David Fonseca (realizado em 24 de Julho) - 22 385 euros (com PA e IVA);
b) Aluguer de Palco- 9 000 euros;
c) Refeições e Alojamento - 6 000 euros;
d) Segurança - 700 euros;
e) Espectáculos de Teatro - 7 000 euros.

2. Do folheto desdobrável-Programa das festas do Município, distribuído pela Câmara no mês de Julho, apenas consta um espectáculo de teatro (22 de Julho).

3. A 27 de Julho, em sessão de Câmara a oposição questionou o executivo acerca da lógica de tamanha despesa num só concerto, dadas as dificuldades económicas que o município atravessa.
A Vice-Presidente, e Vereadora da Cultura, começou por contestar que a verba fosse de 7 000 contos, mas acabou por reconhecer que, com o aluguer do palco e todas as despesas inerentes, o espectáculo terá rondado os 6 500 contos: "andará por aí" - disse ela (que eu e todos os presentes ouvimos, e há-de constar do registo audio da sessão!).

4. No início de Agosto, o dirigente local do maior partido da oposição tornou público o seu descontentamento face à forma como foram organizadas as Festas do Município, e criticou a despesa realizada, nomeadamente no concerto e numa única representação teatral, conforme consta do programa oficial das comemorações.

5. A 9 de Agosto, o Presidente da Câmara acusou o adversário de mentir.
Afinal, segundo o edil, o concerto terá custado aquilo, mas o palco só terá custado 4 598 euros, as refeições e o alojamento terão ficado pelos 1 000 euros e a Segurança, não mais de 500 euros, segundo ele.
Quanto ao Teatro, o Sr. Presidente da Câmara volta a chamar mentiroso ao dirigente do principal partido da oposição porque, segundo ele, se tratou de 5 representações, que o grupo de teatro "fez", e não de 1, como foi dito.

6. Já em Agosto, a Câmara divulgou de mansinho um cartaz de um programa intitulado "O Teatro vai às Freguesias", onde não consta qualquer referência às Festas do Município, mas sim o calendário de 5 representações teatrais: a 1ª é a tal, que surge também no programa de Festas; a 2ª teve lugar a 4 de Agosto; as 3 restantes foram agendadas para 11, 12 e 18 de Agosto.

Perguntas que eu faço:

- A 20 de Julho a Câmara ainda não sabia quanto ia custar o aluguer do palco no dia 24?

- É normal que uma estimativa de 9 mil euros, feita a 4 dias do evento, desça para cerca de metade?

- Se havia 5 espectáculos de teatro agendados para as Festas do Município, porque é que não constam do documento distribuído aos vereadores, a 20 de Julho?

- Se os espectáculos de teatro estão incluídos nas Festas do Município, porque é que o cartaz que os divulga os apresenta como integrados num Programa distinto, sem qualquer referência às Festas?

- Se os espectáculos não se enquadram nas Festas do Município, porque é que a verba respectiva aparece nas despesas dessas Comemorações?

- Se três dos espectáculos referidos só tiveram lugar depois de 11 de Agosto, como é que o Sr. Presidente da Câmara pôde afirmar, a 9 de Agosto, que a companhia de teatro já "fez cinco espectáculos"?

- Neste processo, quem é que, afinal, mentiu?

O dirigente da oposição, quando se baseou em dados e documentos oficiais fornecidos pela Câmara aos seus vereadores, mas que, ao que parece, eram falsos?

A Vice-Presidente e Vereadora da Cultura, quando aceitou uma discussão que tomou como despesa a própria estimativa, confirmando aproximadamente um valor que, afinal (segundo o Presidente) era falso? A 27 de Julho ela ainda não sabia?

O Presidente da Câmara, que deu como realizados espectáculos que ainda não tinham tido lugar e divulgou pela comunicação social valores que nunca chegaram por via oficial ao conhecimento dos vereadores da oposição?

Não seria mau que o Sr. Presidente da Câmara bebesse uma infusãozinha de valeriana, para lhe acalmar os nervos, já que tem tanta dificuldade em aceitar as críticas da oposição, sobretudo quando (como é o caso) elas deixam a nu práticas e opções culturais e económicas mais do que discutíveis.

Por estas e por outras é que a oposição é o único lugar onde eu quero estar!

09 agosto 2006

Um dia na Ilha da Culatra

 Passei muito bem o meu dia de ontem com o A. e a E., na ilha de que eles são um bocadinho donos, todos os anos.

O casal tem 4 filhos (1 adolescente e 3 crianças), mas naquela casa, não vi ninguém refilar por não ter lugar na mesa dos adultos, não vi birras, nem interrupções de conversas, nem exigências mimadas de atenção.
No início de Agosto, à chegada, aqueles filhos receberam uma mesada para gelados, que têm de gerir até ao fim das férias: cada qual gasta o que quer e quando quer, sabendo que, quando acabar, não há mais! Como a verba não é astronómica, fizeram logo um estudo de mercado, para saberem quem vende os gelados mais baratos da ilha, de modo a gastarem o mínimo possível.
Que bom é conhecer famílias assim, e ver que, afinal, as crianças podem não ser arrogantes, exigentes, consumistas e mal-educadas, porque há pais que não vão na conversa!
Despedi-me dos amigos ao fim da tarde. Voltei feliz.

04 agosto 2006

Maior Sopa do Mundo - Record do Guinness para o Cercal

 Pois é: este record é português, foi batido no ano passado pela Liga de Amigos de Cercal do Alentejo, uma pequena associação cívica, e foi pretexto para angariar fundos para os Bombeiros locais. Sei do que falo, porque fui uma das impulsionadoras da iniciativa.

Com tanto record que há no mundo para bater, os "cabeçudos" da Hotelaria algarvia lembraram-se de bater o nosso, que obviamente já é português.
Com que objectivo? Nenhum! Apenas o de bater o record.
Digam lá se Portugal não é um país de invejosos!
Se ao menos fosse por uma boa causa...

Para entrarem no Guinness terão de arranjar uma tigela maior do que a nossa! Não basta só fazer mais gaspacho! E não serve uma piscina para o atirar lá para dentro!!!
Nestas coisas, o que conta é o que conta:
- arranjámos 2 500 contos para os Bombeiros;
- temos um diploma do Guinness - 4524 litros de sopa na Maior Tigela de Sopa do Mundo.
O resto são intenções!...