16 agosto 2006

Festas do Município/2006 - Santiago do Cacém

 Em Cerromaior, acontece cada uma!


1. A 20 de Julho, o executivo apresentou em sessão de Câmara a estimativa de custos das Festas do Município:
a) Espectáculo com David Fonseca (realizado em 24 de Julho) - 22 385 euros (com PA e IVA);
b) Aluguer de Palco- 9 000 euros;
c) Refeições e Alojamento - 6 000 euros;
d) Segurança - 700 euros;
e) Espectáculos de Teatro - 7 000 euros.

2. Do folheto desdobrável-Programa das festas do Município, distribuído pela Câmara no mês de Julho, apenas consta um espectáculo de teatro (22 de Julho).

3. A 27 de Julho, em sessão de Câmara a oposição questionou o executivo acerca da lógica de tamanha despesa num só concerto, dadas as dificuldades económicas que o município atravessa.
A Vice-Presidente, e Vereadora da Cultura, começou por contestar que a verba fosse de 7 000 contos, mas acabou por reconhecer que, com o aluguer do palco e todas as despesas inerentes, o espectáculo terá rondado os 6 500 contos: "andará por aí" - disse ela (que eu e todos os presentes ouvimos, e há-de constar do registo audio da sessão!).

4. No início de Agosto, o dirigente local do maior partido da oposição tornou público o seu descontentamento face à forma como foram organizadas as Festas do Município, e criticou a despesa realizada, nomeadamente no concerto e numa única representação teatral, conforme consta do programa oficial das comemorações.

5. A 9 de Agosto, o Presidente da Câmara acusou o adversário de mentir.
Afinal, segundo o edil, o concerto terá custado aquilo, mas o palco só terá custado 4 598 euros, as refeições e o alojamento terão ficado pelos 1 000 euros e a Segurança, não mais de 500 euros, segundo ele.
Quanto ao Teatro, o Sr. Presidente da Câmara volta a chamar mentiroso ao dirigente do principal partido da oposição porque, segundo ele, se tratou de 5 representações, que o grupo de teatro "fez", e não de 1, como foi dito.

6. Já em Agosto, a Câmara divulgou de mansinho um cartaz de um programa intitulado "O Teatro vai às Freguesias", onde não consta qualquer referência às Festas do Município, mas sim o calendário de 5 representações teatrais: a 1ª é a tal, que surge também no programa de Festas; a 2ª teve lugar a 4 de Agosto; as 3 restantes foram agendadas para 11, 12 e 18 de Agosto.

Perguntas que eu faço:

- A 20 de Julho a Câmara ainda não sabia quanto ia custar o aluguer do palco no dia 24?

- É normal que uma estimativa de 9 mil euros, feita a 4 dias do evento, desça para cerca de metade?

- Se havia 5 espectáculos de teatro agendados para as Festas do Município, porque é que não constam do documento distribuído aos vereadores, a 20 de Julho?

- Se os espectáculos de teatro estão incluídos nas Festas do Município, porque é que o cartaz que os divulga os apresenta como integrados num Programa distinto, sem qualquer referência às Festas?

- Se os espectáculos não se enquadram nas Festas do Município, porque é que a verba respectiva aparece nas despesas dessas Comemorações?

- Se três dos espectáculos referidos só tiveram lugar depois de 11 de Agosto, como é que o Sr. Presidente da Câmara pôde afirmar, a 9 de Agosto, que a companhia de teatro já "fez cinco espectáculos"?

- Neste processo, quem é que, afinal, mentiu?

O dirigente da oposição, quando se baseou em dados e documentos oficiais fornecidos pela Câmara aos seus vereadores, mas que, ao que parece, eram falsos?

A Vice-Presidente e Vereadora da Cultura, quando aceitou uma discussão que tomou como despesa a própria estimativa, confirmando aproximadamente um valor que, afinal (segundo o Presidente) era falso? A 27 de Julho ela ainda não sabia?

O Presidente da Câmara, que deu como realizados espectáculos que ainda não tinham tido lugar e divulgou pela comunicação social valores que nunca chegaram por via oficial ao conhecimento dos vereadores da oposição?

Não seria mau que o Sr. Presidente da Câmara bebesse uma infusãozinha de valeriana, para lhe acalmar os nervos, já que tem tanta dificuldade em aceitar as críticas da oposição, sobretudo quando (como é o caso) elas deixam a nu práticas e opções culturais e económicas mais do que discutíveis.

Por estas e por outras é que a oposição é o único lugar onde eu quero estar!

Sem comentários:

Enviar um comentário

Dê o seu Assobiozinho! Faça um comentário.