22 janeiro 2007

Os Grandes Portugueses - Militantismo e Saudosismo

 Salazar e Cunhal, figuras do Portugal contemporâneo, foram ambos parar à lista dos dez por militantismo e por saudosismo.

Não acredito que a História lhes reserve um lugar suficientemente importante para que daqui a trezentos anos estas figuras ainda sejam lembradas como "grandes".
É a proximidade temporal, o calor das emoções, o fervor da devoção que hiperbolizam a importância destes homens, ambos deificados pelos seus acólitos, muito por seguidismo, muito por culpa da pobreza da classe política que lhes sucedeu.

Como é que eles chegaram até aqui?
Os militantes do PCP encararam o dever de telefonar a votar no leader como encaram o dever de erguer anualmente a Festa do Avante ou de encher comícios: telefonar, telefonar, até à vitória final!
Quanto aos "militantes" do Estado Novo votar no ídolo é um dever, é o que resta a quem ainda quer ajustar contas com a história: telefonar, telefonar, para impor o que o país rejeitou.

Acontece que com nenhum destes homens seria possível uma votação deste tipo, porque para nenhum deles o conceito de poder passava pela liberdade de expressão e de opinião, como o prova a forma como um tratou, no país, os opositores ao seu regime e o outro tratou, no Partido, os opositores à sua linha ideológica.
Para mim, é quanto basta para os excluir!

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