TRABALHO OU EMPREGO?
O que fazem quatro funcionários de uma empresa de manutenção, na estrada que liga o Cercal a Santiago do Cacém, a meio da manhã do dia de hoje, junto ao marco 62?
Dois ( o condutor e um "pendura") estão dentro da carrinha, à espera, a ver a paisagem.
O terceiro, com ar de encarregado ou fiscal de obra, observa atentamente o quarto, que está a pintar um marco quilométrico, uma atividade que se presume de alto risco e rigor técnico, exigindo controlo apertado, a avaliar pelo ar compenetrado do observador.
Em síntese: três parados e só um a trabalhar.
O tipo que pinta os marcos não podia trazer ele a carrinha, pegar na latinha e no pincel, aplicar a tintinha e seguir viagem, a caminho do marco seguinte?
Não me vão dizer que estou a defender o aumento da taxa de desemprego!
O que não consigo é deixar de pensar que estamos perante um exemplo da falta de produtividade que nos prejudica, para não dizer que ajudou a arruinar-nos.
Acrescento ainda que a vegetação de beira de estrada, que ganhou exuberância nos últimos dias, encobre quase por completo os marcos quilométricos, tornando invisível o trabalho realizado.
Presumo que a limpeza do mato em volta dos marcos pintados de fresco não faça parte desta empreitada, e nem seja tarefa para aqueles seis braços parados.
Daqui por uns tempos, é capaz de aparecer um a roçar mato e uns quantos a "dar a razão".
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