"Os adultos nunca se portam mal. E nunca são egoístas. Eles nunca gritam. E nunca choram. Nunca interrompem. Nunca dizem palavrões. E nunca são trapalhões. Nunca fazem caretas. E nunca se enervam. Os adultos nunca se enganam. Nunca fazem batota. E nunca amuam. Nunca se esquecem. Nunca culpam os outros. Nunca desarrumam. E nunca se atrasam. Os adultos nunca falam com a boca cheia. E nunca arrotam. Eles nunca se queixam... sobretudo ao acordar. Nunca deixam nada por fazer. Nunca perdem tempo. E nunca fazem lixo. Os adultos são sempre bons. Portanto devemos ser como eles. Percebido?"
David Cali
Foi o que me ocorreu depois de ver o debate dos candidatos presidenciais dos EUA...
sol, gaivotas amistosas, ora numa pata ora noutra, bebericando com tempo no calmo ribeirinho de água doce. Nem o bico corta a água nem a água corta o bico.
Enfim, a natureza a regenerar-se, a descansar dos desvarios estivais e a procurar novos equilíbrios.
Ecossistema respeitado, que é o que importa.
É sempre assim quando o campismo selvagem recolhe a casa.
Desde o início disto tudo, fui hoje pela segunda vez a um centro comercial.
Não estava cheio de gente, pelo contrário, mas não deixei de me espantar com alguns comportamentos que vi e dá-me que pensar o que os motivará.
Faço-me às escadas para chegar ao 1º piso e logo aí não percebo o que leva as pessoas a enfileirarem-se em rebanho e subirem coladinhas umas às outras como se não houvesse amanhã. As marcas e avisos estão bem visíveis em todo o lado, porém...
Lá chego à farmácia sem ter sido abraçada por ninguém e sigo as instruções afixadas: primeiro desinfecto as mãos e de seguida tiro a senha. Enquanto aguardo, passo os olhos pelos produtos nos expositores e salta-me logo à vista o aviso "NÃO TOQUE nos produtos. Peça a ajuda de um funcionário". Neste meio tempo, o casal atrás de mim saltita alegremente de bisnaga em caixinha, com as mãos por todo o lado, e ao balcão um senhor está tão colado à protecção de acrílico que dir-se-ia que o barulho da transparência lhe afecta o ouvido.
Passo de seguida na Nespresso, sem incidentes, mas não entendo por que raio instalaram os acrílicos se depois saem lá de trás para nos dar o saquinho...
Finalmente passo na Hawkers para perguntar se me apertam uns óculos que lá comprei da primeira vez que fui a um centro comercial desde o início disto tudo. A menina diz que sim, que até os trocam por uns novos se for necessário. "Vou ao carro buscar os óculos, volto já", digo eu. E voltei... para a menina me dizer que não, não apertam óculos... e isto depois de ter agarrado no meu telemóvel para ver a foto da factura. Se não fosse a Covid, estava capaz de lhe dar um beijinho!
O que é que eu retive da horita que ali passei?
- a faixa etária mais idosa demonstra, de facto, mais cautelas;
- a faixa etária dos 30-45 denota uma certa impertinência perante as cautelas alheias, assim ao estilo "Eu tenho uma vida e não posso perder tempo com isto";
- os jovens estavam todos na escola;
- os funcionários, de duas uma: ou estão fartos de clientes que não cumprem regras, ou estão fartos de cumprir regras.
Voltarei a usar o comércio local sempre que possível, em pequenas doses para não me entrarem para os olhos estas areias de despreocupação e distanciamento empático pelo outro que hoje vi.
O Primeiro Ministro apela ao bom-senso dos portugueses, pede que se portem bem na escola da vida, que usem máscara, lavem as mãos, mantenham distância física... Enfim, pedagogia moderna.
Por mim, para grandes males, só mesmo grandes remédios!
Tenho andado a pensar umas coisas, e a achar que anda gente a querer fazer-me o ninho atrás da orelha.
Nessas suspeições pensadeiras, ocorreu-me, por exemplo, que
O caso Costa-Benfica nunca deveria ter existido. Como existiu, estava condenado a acabar de forma vergonhosa, degradante e promíscua, tal como começou.
Marcelo celebrou o aniversário do SNS, falou da sua importância e disse-se orgulhoso por ter sido membro da Assembleia Constituinte em que o projecto de António Arnaut foi aprovado.
Esqueceu-se de dizer que ele, Marcelo, votou contra esse embrião do Serviço Nacional de Saúde, ou seja, que por sua vontade o SNS nunca teria sido criado.
Este é Marcelo, um político que faz contorcionismo para agradar à esquerda e ser
reeleito por ela, sem a mais leve intenção de deixar de ser e agir como homem de
direita que tem todo o direito de ser.
Reconheço no actual PR a inteligência superior e a argúcia, mas não gosto quando
se arma em Chico-Esperto e me toma por burra e totó.
Se o PS não assumir apoio explícito a Ana Gomes ou, em alternativa, não apresentar candidato próprio, estará implicitamente a apoiar Marcelo, candidato da área política contra a qual concorre nas eleições legislativas.
Teremos então um partido que governa procurando apoios à esquerda para aprovar orçamentos de Estado, mas que faz pirueta à direita para eleger o Presidente da República da direita. Robusta e nobre coerência!...
Ainda bem que, à esquerda, já há 3 candidatos à PR, gente séria e credível, que está na política com sentido de serviço público. Acho muito bem e bom que assim seja.
É que com tanto equilibrista, malabarista e contorcionista, estava a ver que o papel destinado a esta simples eleitora era o de bobo da corte ou de apanha-bolas do Benfica (meu clube de sempre, calma aí...).
Assim, já a minha liberdade de pensamento escolheu em consciência uma candidata, tenazmente competente, às vezes contundente e impertinente, às vezes "dissidente", resistente, divergente, mas democraticamente transparente.
Eu bem vos disse que andei a pensar umas coisas.
Não me condenem por não querer ser bobo da corte, nem apanha-bolas.
Num tempo em que o planeta chama por nós, sinto que não consigo contribuir sequer para que o ar cá de casa seja mais puro...
E o pior é que o cenário se repete há anos a cada tentativa que faço de ter uma planta, uma flor, uma erva que fosse!
O pudor impede-me de mostrar mais testemunhos, mas aceito críticas, sugestões e assobios, na tentativa de remediar uma morte que parece mais anunciada do que adiada.
Santiago do Cacém assiste, nestes dias, a uma escalada do número de infectados pelo Covid19. Ao que parece, o município estará a ser "atacado" pelo surto com origem em Sines.
Enquanto o recente surto do Carvalhal não me mereceu senão um lamento, por partir de gente a trabalhar, já a origem do surto de Sines me suscita a maior indignação. Tanto quanto me é possível saber, a situação a que chegámos resulta de comportamentos fúteis, evitáveis, egoístas e irresponsáveis.
Primeiro, vai-se num "passeio" a Espanha, do qual se traz, assintomaticamente, o vírus. A seguir, participa-se num ajuntamento convivial, a pretexto da final da Liga dos Campeões. Como se do lado de cá da fronteira não houvesse "passeio", e como se a dita Final não tivesse sido transmitida em sinal aberto e, portanto, acessível na segurança de casa.
Dir-me-ão os bons deste mundo:
a) ninguém contrai o vírus porque quer; b) as pessoas não tinham sintomas, não sabiam que iam contagiar. c) não devemos apontar o dedo a ninguém, porque a seguir podemos ser nós.
E é verdade, e eu concordo. Mas, acrescento:
a) sair de casa para "conviver" Num país diferente, numa altura destas, não é correr voluntariamente um risco? b) não ter sintomas e não saber se se está "contagioso" não é suficientemente dúbio para que, preventivamente, se evitem contactos? c) querer ser respeitado pelos outros não implica a obrigação de respeitar?
OS COMPORTAMENTOS
I - AS OPÇÕES DA MAIORIA DOS PORTUGUESES:
- Ficar meses em casa, com raras saídas, apenas essenciais. - Prescindir de encontros com família, colegas e amigos. - Prescindir de afectos e de contacto físico com familiares, amigos e próximos. - Usar máscara e seguir escrupulosamente os conselhos da DGS. - Respeitar as normas de confinamento e todas as restrições impostas. - Respeitar a perigosidade do vírus; evitar o contágio e temer a propagação.
II - AS OPÇÕES DE ALGUNS "ARTISTAS":
- Fazer uma vida normal. - Participar em convívios e festas, refeições e petiscos, com amigos e com quem calha. - Não se privar de nada que dê prazer. - Não usar máscara e ignorar os conselhos de higienização da DGS. - Ignorar as normas de confinamento e as restrições impostas. - Desvalorizar a perigosidade do vírus, menosprezar os perigos do contágio e ignorar a propagação.
AS PERGUNTAS
Não estará na altura de cada um ser responsabilizado pelos seus actos e por lesar a sociedade com os seus comportamentos? Não será de apresentar a estas criaturas as despesas resultantes da sua leviandade?
O REMATE
Eu também posso ser/estar contagiada. E posso contagiar outros. Qualquer um pode. Mas esforço-me para que não o venha a ser por irresponsabilidade ou leviandade!
E é deste desrespeito por todos os que cumprimos, e acatamos e tememos, que eu estou saturada. Cansei-me de tolerar, de desculpar e de aceitar a estupidez alheia como natural. Saturei-me de me resignar, como se as asneiras alheias fossem uma inevitabilidade. Fartei-me de ter de arcar com as consequências, e calar.
Se foram estabelecidas multas, por que não se aplicam? Se há proibições, por que não se exige o seu cumprimento?
Quem provoca um acidente rodoviário é responsabilizado e aplica-se-lhe uma pena. Quem rouba um bem material, e é apanhado, é punido. E a quem impunentemente rouba a saúde aos outros, o que acontece? Nada, além de ter de lidar com a doença (que até lhe pode ser clemente e assintomática).
Ninguém é responsável pelo que imprudentemente causa aos outros? Mas, então, quem assegura o pagamento das despesas (testes, cuidados de saúde, etc)? Nós! Pagamos todos nós! Alguns, com a vida. Outros, com sequelas da doença. A maioria, com as despesas do SNS (que defendo incondicionalmente).
Nota:
Por causa desta situação, fui de novo privada de visitar os meus pais no lar. Ou melhor, eles foram privados de visitas. Quem tem um familiar ou um próximo num lar sabe o mal que desde Março atingiu os idosos, ainda que em Santiago os lares não tenham sido, felizmente e até agora, devastados pelo vírus. Mas os idosos são atacados pelas consequências de uma enorme (ainda maior) solidão.
Mais do que do Covid-19, os idosos e a maioria de nós somos vítimas de algumas atitudes. Sem essas, o vírus ver-se-ia aflito para encontrar hospedeiros.
Não quero saber quem está na origem deste surto (nem de nenhum outro), nem se conheço ou não. Não é a mim que compete identificar doentes infectados. Só me interessam na medida em que interferem com a minha própria vida, e a dos que me são queridos.
Não sei se alguma vez o Assobio me saiu tão estridente!
Refuto qualquer tentativa de associação entre esta revolta e um discurso populista. Nem o populismo nem os seus protagonistas me merecem qualquer simpatia.
O Papa Francisco condenou a coscuvilhice. Estaria a referir-se aos padres do Santuário de Fátima que denunciaram a gestão tão conforme aos ideais cristãos?
A comunicação social rejubilou e não se cansou de apontar a fraca afluência à Festa do Avante.
Será a vingança ou a consolação por não terem podido mostrar desorganização e incumprimento das regras da DGS?
Rui Rio dispara contra Costa e Jerónimo e enceta contactos com o Chega. Deslocou-se de Norte para Des-Norte?
Cavaco reapareceu para defender a justificação de faltas das crianças impedidas de frequentar a disciplina de Cidadania e Desenvolvimento por um pai que se auto -proclama objector de consciência. As ditas faltas foram injustificadas de acordo com o regime de assiduidade em vigor, criado pelo Governo de Passos Coelho e promulgado pelo Presidente da República, Cavaco Silva. Será apenas senilidade ou algo mais grave?
Costa nem procurou candidato presidencial; acomodado à ideia de que ninguém vence Marcelo, prometeu-lhe o apoio calculista do PS. Tem medo de Ana Gomes ou da língua dela?
1. Pedido de comparência
de alguém em determinado acto. 2. Convocação. 3. (fig.) Incitação;
exortação. 4. (ant.) Dádiva;
favor; obséquio.
Recebi um convite.
Em tempos de pandemia não pode
haver ajuntamentos, por isso imaginei-me a escapar à festa. Ainda assim, abri-o
com expectativa para descobrir o acto para o qual estaria convocada.
Percebo, então, que este convite
não implicará a minha presença física numa cerimónia, nem tão pouco terei de
esmifrar os neurónios a pensar no respectivo presente para o efeito.
É antes um desafio, um estímulo!
Nos textos disponíveis aqui nas Assobiadelas
Antigas diz-se que QI Baixo
colabora com o Assobio, e escreve neste blog quando pode e quer.
Agradeço pela liberdade (que
tentarei que não passe a libertinagem), mas estou sobretudo reconhecida pela
confiança implícita, mais uma vez, neste convite.
Não a classifique como doente porque é viva, e cheia de energia, desobediente e desorganizada.
Não confunda hiperactividade com falta de regras, de autoridade parental e de educação.
Não desista de educar, nem se resigne!
Não deixe a outros aquilo que é um direito seu, e sua responsabilidade.
Antes de entregar o seu filho à ciência e aos medicamentos, em vez de se assumir impotente, repense, faça um esforço, e eduque.
Eduque a criança e, se necessário, eduque também a sua relação com ele/ela.
Não desista de ser mãe/pai. Pode estar nas suas mãos a solução do problema.
Certifique-se de que a origem dos comportamentos/sintomas da criança não está na ausência de regras, de horários, de respeito...
Pode acontecer que o problema não esteja na criança mas no desempenho de mãe e/ou pai...
Não vire costas à alarvidade, nem permita desrespeito, muito menos agressividade, violência.
Dê afecto sem condições, mas puna, com oportunidade sem violência e sem remorsos.
Premeie os progressos, mas não dê benesses sem que haja mérito. Não castigue sem motivo, mas não ignore o disparate,o dislate, o abuso. Se impôs condições, não ceda a chantagens.
Se prometeu, cumpra, e faça cumprir.
Negoceie, mas não se esqueça de que o adulto não é o mais novo.
Se os problemas persistirem, então, procure ajuda, para si e/ou para a criança.
Aos pais, a educação. À escola, a formação. À ciência, a saúde física e mental.
Para desanuviar, e sem qualquer preconceito, veja como a publicidade explora, com humor, estas questões. Sinta-se à vontade para reflectir e comentar.