05 março 2007

Carreira Docente e Hibernação

O Inverno aproxima-se do fim, e deveria despertar o mundo.

Porque será, então, que me apetece hibernar, no mínimo, até aos 65 anos?

Porque será que, neste momento, aquilo que me interessa na escola é (quase) só o que se passa do lado de dentro da minha sala de aula, com os meus alunos (por sinal, a única coisa que não conta para nada, na "nova" vida de um professor)?

Porque será que se me instalou um sentimento de repugnância pela minha condição, um desdém pela minha própria carreira, uma impressão de imbecilidade, de inutilidade, de desperdício de mim, do meu tempo e da minha energia?

Estou a limar as arestas da minha rebeldia, e a interiorizar o meu perfil de estupidez natural; todos os dias aperfeiçoo a minha surdez e a minha mudez, e continuo à procura da descontracção total com que me hei-de livrar do meu orgulho próprio, da minha decência e da minha integridade. Já avisei as minhas entranhas: nada de doenças, que isso cai mal! E já ameacei a minha curiosidade intelectual: acabaram-se os banquetes formativos! Abstinência total!

É assim que me querem: pontual e assídua... seca e murcha, mas assídua?

Não pode ser! Não pode ser assim tão mau!

Esperemos por amanhã, a ver o que nos traz a negociação.

Ouvi dizer que o Sindicato dos Licenciados e o Pró Ordem estavam dispostos a assinar a proposta, assim, linda como ela está? Será verdade? Olha quem!!!...

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