30 junho 2011

Coisas Tortas I - TMN Banda Estreita

BANDA LARGA OU BANDA ESTREITA?



Tenho uma placa de Internet que supostamente é de banda larga, mas que se revela minimalisticamente de banda estreita onde mais frequentemente preciso dela. É tão apertadinha, que tudo custa a passar e demora tréculos a chegar ao meu computador!

Fico alapada em frente ao ecrã, a ver vídeos aos solavancos, e a esperar eternidades pelo carregamento de uma imagem ou de um mail um bocadinho mais rechonchudo.

Eu sei que a vida é um teste permanente à paciência do indígena mas, caramba, até a placa de Internet!?

Ao que parece, trata-se de um problema de cobertura... e não devo queixar-me: a placa é TMN, e a TMN é a rede que melhor funciona nesta zona. Diz quem já experimentou outras que as da concorrência ainda são piores...

Acontece que eu não estou num deserto, do género Pulo do Lobo ou Nenhures de Baixo. Assentei arraiais em pleno centro de uma vila do litoral alentejano, onde, por sinal, se avista de vários lados uma magnífica antena que é da... TMN!

Dizem-me que em Lisboa a coisa anda depressinha... Pois... Já lá experimentei, repetidamente, durante várias semanas, e é mais rápida, sim senhora, desde que não seja a hora de ponta... nem à hora do almoço... nem à noite... pois... aí... há muita gente a navegar... É o tráfego...

Ora, bolas! 

E aquela geringonça não é para aguentar-se ao barulho, mesmo com muita gente a navegar? E a cobertura não é nacional? E não pagamos para ter velocidade até não sei quantos Giga?

Na minha  placa, só deve haver Gigalesmas!!!

Não, isto não é um elogio à TMN, por ser a menos má!!!

É um assobio enfadado a todas as operadoras que nos comem o dinheiro e se estão marimbando para a qualidade do serviço que nos prestam.

Vamos para Casa, Descansar (por QI Baixo)

VAMOS PARA CASA, DESCANSAR


As relações dentro da nossa selecção estão algo tensas. E fora dela também.

Queirós diz que Hugo Almeida estava "esgotado", Hugo Almeida diz que estava fresco que nem uma alface; Cristiano Ronaldo diz para fazerem a pergunta ao Queirós, outro técnico da selecção diz que Ronaldo não pensou no que disse; Eduardo diz que foi um esforço de toda a equipa, Portugal inteiro viu que só meia equipa se esforçou; enquanto o mesmo Eduardo chorava copiosamente no fim do jogo, o seu colega Pepe ria a bandeiras despregadas enquanto cumprimentava um colega espanhol; and so on and so on.

Felizmente, agora têm todos tempo para arrumar as ideias e sobretudo para descansar no recato do lar. É que não tarda, Ronaldo tem de estar a dar o litro na equipa espanhola que lhe paga o ordenado e os brasileiros têm de ir aprender melhor a letra do hino porque o Europeu é já daqui a dois anos.

Graças a Deus que para nós já acabou.


O texto que acaba de ler é da autoria de QI Baixo.
QI Baixo colabora com o Assobio, e escreve neste blog quando pode e quer.

22 junho 2011

Gorgetas

GORGETAS OU COMPLEMENTO SALARIAL?


Nunca  compreendi muito bem porque é que a gorjeta nos restaurantes (e até à mesa dos cafés) se tornou quase obrigatória. Tão obrigatória, que não deixar "qualquer coisa"  é muitas vezes mal visto: sinal de ganância, acto envergonhado.

Não percebo este tratamento especial.

Quem se lembraria de dar gorjeta ao empregado da farmácia que com calma e sapiência procura  as melhores pastilhinhas depois de nos aturar na descrição dos sintomas da dor de garganta que não levámos ao médico?

Passa pela cabeça de alguém dar qualquer coisa ao vendedor da loja de electrodomésticos que nos atura na indecisão entre a maquineta da marca x e a da marca y, e que nos explica tudinho, tudinho?

E quem paga mais do que o preço marcado ao empregado de balcão que vai ter de ficar a dobrar as sete blusas que nós experimentámos antes de nos decidirmos pela que levamos?

Alguém dá gorjeta à funcionária que num qualquer guichet  nos atende com competência, compreensão e disponibilidade?

Alguém dá moedas ao carteiro que diligentemente deposita o correio na nossa caixa?

Quem gratifica o dono do quiosque de jornais que todas as manhãs nos vê ler à borla os títulos de todas as primeiras páginas, e virarmos costas, "informados",  muitas vezes sem comprarmos nada?

E quem é que "gorjeteia" o motorista do autocarro que nos traz todos os dias à mesma hora, e que até já esperou por nós um segundinho, no dia em que nos viu a correr, atrasados?

Alguém dá?

Não. Claro que não!

E porquê?

Porque, obviamente, achamos que todas estas pessoas estão apenas a fazer bem o trabalho delas, como é sua obrigação, e para isso e por isso recebem o respectivo ordenado ao fim do mês.

Então, por que carga de água gratificamos o empregado de mesa? Não está ele, como todos os outros, a fazer "apenas" o seu trabalho?

Será porque se trata de comida que nos comportamos de maneira diferente?

Pode ser...

Mas, então,  alguém dá gorjeta ao rapazinho do talho que nos pisca o olho quando as costeletas é que são tenrinhas, e não os bifes que tínhamos a intenção de comprar quando entrámos?

E à senhora da padaria que todas as manhãs escolhe da bancada o pãozinho como nós gostamos, mais encruado ou mais tostadinho?

Alguém dá gorjeta à empregada da caixa do supermercado que, com sorte, até nos ajuda a meter as compras no saco?

E ao merceeiro do bairro que nos aconselha a experimentar um produto de qualidade e nos leva à descoberta de uma delícia?

Mais caricato ainda é não darmos gorjeta ao funcionário que nos atende ao balcão e somos capazes de nos sentirmos na necessidade/obrigação de o fazer se ele - o mesmo! - nos atende à mesa, ou na esplanada, quando o preço aí praticado já é, por tabela, mais alto do que ao balcão.

Ao que julgo saber, na minha ignorância, esta tradição vem do tempo em que os empregados de mesa não tinham ordenado e faziam depender o seu rendimento (ou parte dele) da generosidade dos clientes.

Actualmente, todas estas pessoas recebem um vencimento que até pode ser bastante baixo, mas não o é necessariamente mais do que muitos outros cidadãos trabalhadores, e até pode ser mais alto do que o de alguns  dos clientes que atendem.

Porque é que havemos, então, de tirar do nosso vencimento para aumentar os deles?

Um amigo dizia-me no outro dia que o faz para ter a certeza de que ninguém lhe cospe na sopa. Mais ou menos como dá a moeda ao arrumador para não ficar com o carro riscado...

Tenho andado a pensar: Já que a crise aconselha a reduzir depesas, e reduzir despesas implica cortar em alguma coisa, que tal começar pelas gorjetas?

E agora, chamem-me nomes...