Nas escolas, o ambiente anda agitado. Só se ouve falar de pontos e de cargos e de cargos e de pontos. A proposta de regulamentação do acesso à carreira de professor titular domina as conversas, aquece os ânimos, inquieta os espíritos, irrita as pessoas, desmotiva os professores, mas no fundo continuamos a ser os mesmos "tontos" preocupados com o insucesso dos alunos e com os seus problemas familiares, com as doenças e com os planos de recuperação, enfim, com aquilo que verdadeiramente importa.
Talvez devêssemos deixar de preparar aulas, e de corrigir testes e trabalhos.Talvez pudéssemos deixar de nos preocupar com a escola, e com a sua actividade.
Talvez não fosse mau conseguirmos esquecer tudo isso.
Afinal de contas, para o Ministério da Educação, o bom professor não é o das boas práticas pedagógicas, mas sim o que exerceu cargos (ainda por cima só nos últimos sete anos, porque o resto da vida não conta para nada!).
Bem vistas as coisas, para a tutela, o bom professor é apenas aquele que nunca falta.
Acontece que, nos últimos anos, os professores só podiam progredir na carreira se frequentassem acções de formação, realizadas quase sempre em horário coincidente com as aulas; para resolver este problema, o Ministério passou a considerar justificadas as faltas para formação. Agora, vem penalizar os professores por as terem dado.
Preso por ter cão e preso por não ter: se não fizessem a formação, não progrediam; fazendo a formação, progrediram, mas faltaram; tendo faltado, já não progridem.
Haja coerência!!!