20 abril 2007

O Negócio das Editoras Escolares

 As editoras escolares recomeçaram as suas sessões de promoção de manuais.

Dantes, os professores que participassem nestes lançamentos viam a sua falta justificada, sem qualquer prejuízo.
Com o novo estatuto da carreira docente, estas faltas passaram a prejudicar a progressão na carreira, pelo que as editoras apostam este ano em sessões ao fim da tarde, às sextas-feiras ou aos sábados, e restringem o número de locais onde estes encontros têm lugar.

Embora participar nestas iniciativas continue a significar contactar com os autores dos manuais, trocar ideias com eles e com outros professores, e receber, na íntegra, o projecto editorial do manual em questão, a verdade é que a maioria dos docentes não comparece.

Por um lado, é errado partir do princípio que os professores não têm aulas à sexta-feira: a maioria trabalha!
Por outro lado, compreende-se que muitos não estejam disponíveis para prescindir do (pouco) tempo que têm para passar com a família em troca de uma sessão que pouco lhes trará de pedagogicamente interessante e inovador.
Além disso, quem vive longe dos grandes centros urbanos, e tem de percorrer distâncias significativas para chegar a uma destas apresentações, sabe que as despesas de deslocação são grandes e que nenhuma oferta as compensa, seja ela de manual, de saco, de esferográfica ou de bloco-notas, de descontos em livros, ou de almoço ou jantar.

Talvez as editoras devessem repensar procedimentos, e deixar de olhar para os professores como pindéricos gulosos que se vendem por uma esferográfica, uns bolinhos ou um copo de sumo.

Em vez de gastarem um ror de dinheiro com estas acções em hotel mais ou menos estrelado, porque é que as editoras não concentram esforços no envio atempado de todos os materiais de todos os projectos (mesmo sem brinde!) para todos os professores de todas as escolas, de modo a proporcionar-lhes condições de procederem a uma escolha criteriosa, cuidada e tranquila?

Terão algumas medo de alguma coisa?
Será esta a face vísivel de um qualquer fenómeno de antropofagia editorial?
O que pensará sobre isto o Ministério da Educação?

Tenham um bom fim-de-semana!

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