26 junho 2006

Portugal contra Todos

Apesar do meu contentamento de adepta da selecção nacional de futebol, acho que o alvo principal de um futebolista deve ser a baliza do adversário e não as suas canelas ou pés, por isso não gostei muito da exibição de Portugal, ontem à noite.

É evidente que o árbitro não vale a água que bebe, mas quem iniciou a batalha campal não foi ele!A "nossa" equipa não jogou grande coisa, foi muito faltista, e o Figo - que é um senhor -desiludiu-me ao desaparafusar-se.

A falta de nível do Costinha não me desilude, porque nunca me iludiu.

As lágrimas do Cristiano Ronaldo não me impressionaram, porque ele chorou apenas com pena de si próprio e do seu ego ferido por não poder exibir-se mais um bocadinho.

A atitude amuada de Nuno Gomes, no final do jogo, mostra a sua dificuldade em lidar com a frustração de não jogar.

A estrelinha da sorte, que tantas vezes nos queixamos de não nos acompanhar, esteve do nosso lado, e o resto é conversa.

Quanto aos holandeses, tiveram um azar proporcional às oportunidades, que foram muitas.

Conseguimos transformar uma fraca exibição num feito histórico, e elevar uma equipa esforçada e desesperada à categoria de deuses.

Mas não se pode dizer que Portugal foi brilhante.

A prova disso obtém-se com o seguinte exercício de imaginação:

- O que estaríamos a dizer hoje da selecção portuguesa se os holandeses tivessem conseguido marcar golo numa daquelas situações de baliza aberta, com a defesa a apanhar bonés e o Ricardo a ver a bola passar?

O nosso problema é que quando perdemos, tudo é mau, e quando ganhamos, tudo é perfeito!

Assim, é raro e difícil aprendermos alguma coisa com o que a experiência tem para nos ensinar...

Fora de tristezas, o que é que eu espero para o próximo sábado?

No mínimo, que aqueles mânfios comam a relva para ganharem à Inglaterra! Porque é a relva que devem comer, e não os adversários!

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