23 junho 2006

Lágrimas

 Estou convicta de que aqueles que nos contrariam não são, necessariamente, nossos inimigos; bem pelo contrário.

Tenho mais medo dos que vão dizendo que sim a tudo, mas sempre à espreita da primeira oportunidade para atacarem ou condenarem.

Vem isto a propósito das reacções dos jovens perante discussões frontais, em que se marca oposição a uma ideia ou a uma proposta.
Por exemplo, o que os leva a chorar, quando são contrariados?

- mostrar fragilidade, esperando que parem de os arreliar?
- expor insegurança, na expectativa de que tenham pena deles?
- desnudar sensibilidade, na convicção de que gostarão mais deles assim?
- escancarar impotência, na esperança de que não lhes exijam mais nada?
- escapar ao confronto com as fraquezas, criando complexos de culpa nos que contrariam?
- sacudir a humilhação?
- mostrar orgulho ferido?
- dar voz a infantilidade, imaturidade?
- confessar impotência?
- suplicar misericórdia?
- deixar falar complexos de inferioridade?
- abrir os poros do cansaço, do desgaste, do stress?
- expulsar a raiva, a fúria, a vontade de gritar?

Em qualquer dos casos, é sempre dar demasiada importância à situação, e valorizar o que ela pode ter de mais negativo.
Trata-se de um comportamento exclusivo da juventude... ou há adultos iguaizinhos?

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